29 de julho de 2010

V is for Vanity


Gosto de mudar o meu blogue. Passo horas a prepárá-lo, a experimentar cores, fundos, tipos de letra, imagens, o cabeçalho, o rodapé. Tudo.
Gosto de ver um blogue que nunca vi e depressa dizer para mim própria "O meu é mais giro."
Será que isto faz de mim fútil? Fútil. Que palavra tão feia, tão grave. Parece o nome de uma doença. "Olhe, você sofre de futilidades. Vou receitar-lhe aqui este xarope bem amargo que é para não voltar a repetir a graça."
Quando vou espreitar os blogues que gosto de ler percebo que muitos deles têm uma coisa em comum: preto no branco. Fundo branco, letras pretas.
O que interessa são as palavras, ponto final, próximo post.
Alguns textos parecem verdadeiros poemas com versos mais longos do que aqueles estamos habituados a ver ao acaso e usam metáforas que eu própria não entendo.
A culpa deve ser dos meus ohos. Grandes como duas chávenas para chá de maçã e canela. Não se contentam com pouco e por isso precisam de mais, sempre mais, até ao dia em que se fartam e pensam "Não podemos olhar para isto nem mais uma vez. Muda."
E lá começa tudo outra vez: passar horas a preparar a menina microgaitas, a experimentar cores, fundos, tipos de letra, imagens, o cabeçalho, o rodapé. Tudo.

17 de julho de 2010

Juventude,

Estou de férias!

14 de julho de 2010

1. Plantar uma Árvore 2. Escrever um Livro 3. Ter um Filho


4. Salvar uma vida

Bem, acho que já só falta cumprir três destas tarefas para tornar a minha vida um bocadinho menos insignificante, visto que já cumpri a última.
Foi no dia 24 de Junho, e só agora é que me lembrei que podia escrever isto no microgaitas.
Estava eu na estação do metro de Roma com muita fome e passa por mim uma senhora cega a reclamar com o país. "O Sócrates isto, o Sócrates aquilo, o Cavaco que é um gatuno" etc e tal.
O metro chegou (finalmente, estou mesmo esganadinha de fome). Apesar de estar a meio do comprido túnel da estação, a carrugem que pára à minha frente é a última.
A senhora cega está à minha frente e deixei-a entrar primeiro que eu. Com a ajuda do pauzinho que tinha na mão, a senhora tenta procurar a entrada para o metro. Encontra um espaço vazio, deve ser aqui a entrada para dentro do metro. NÃO! Mais um passo e a senhora caia para os carris, mas felizmente estava lá eu. Agarrei-a e conduzia à para dentro do transporte.

Mas isto tudo não acabou como uma daqueles cenas dignas de um Super Homem ou de um James Bond que depois de uma boa cena de porrada continuam com o fatinho impecável e incrivelmente bem penteados. Regressando ao dia 24:

Pronto é agora que eu entro, estou mesmo com fome. Pi pi piii. As portas fecharam e eu fiquei entalada. E a mim? Ninguém me ajuda? Não, as pessoas preferem ficar a ver uma rapariga entalada nas portas do metro, confortavelmente sentadas e de boca aberta com cara de parvas. Mais um esforçinho e- e- já está.
No dia seguinte, em vez de ter um fatinho impecável tinha dois braços roxos.
E pronto, mais um dia na pele de alguém com braços roxos.
Agora lembrei-me de uma coisa: eu já plantei uma árvore, a romanzeira que está no meu quintal.
Será que escrever num blogue é como escrever um livro? Vamos fingir que sim.
Só ainda não tive um filho. Tenciono deixar isso para mais tarde.

2 de julho de 2010

Pior do que viver nas Ribas de Cima

É viver nas Ribas de Baixo!
Têm uma agência funerária há alguns meses e ainda ninguém morreu.
Mas a funerária terá o seu primeiro cliente, a bem ou a mal!

Ribas de Cima - sempre por cima.